quarta-feira, 21 de setembro de 2011




Faça das lâmpadas empoeiradas de minha aura a luz que ilumina os passos de teus ancestrais, os passos que almeja dar, e então, finalmente achará teu lar, mesmo que não seja onde tenha o deixado, ou continue a tentar desenrolar os finos fios de navalha que marcam tua face atrás das gotinhas salgadas que brotam sempre tão brilhantes. Continue a reclamar de todos os caminhos, todos os degraus, todos os cantos, fotografias, memórias, tristezas que merecem o toque da tua gélida respiração. Tente entender que cada segundo aqui enche teus pulmões de nada e sangra teu coração por tudo, não pertence a essa atmosfera ácida, não precisa voltar... Estarei aqui pra sempre, até o tempo desistir de mim. Apenas faça de mim um molde bruto de tua memória, me procure, estarei vagando pela cidade que nunca dorme quando estiver mais acordada que nunca, faça de mim o que tu é. Olhe em meus olhos e diga se vê minha alma, minha alma tão vazia quanto os meus olhos.

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