quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sempre que me encontro perdida, estou esperando a próxima partida. Fazendo de mim coisa pequena, com sorriso de quarentena, me tornando nada ao longo da madrugada, me perdendo em olhares, em lábios vulgares, nos outros, que me encaixam, tão poucos... falando por cima do pigarro, me escondendo na fumaça do cigarro, tentando me encontrar até o próximo ponto, mesmo sabendo que só perdida me encontro

domingo, 6 de outubro de 2013

Empty.

Eu acordei. Apenas para encontrar meus pulmões vazios e meus sonhos se dissolvendo na frente de meus olhos. Cinzeiro cheio, cabeça vazia, coração cheio, olhos vazios. Acordei do espasmo semi-consciente de quem caía de um abismo e não vivia pra ver o fim. Acordei apenas para encontrar meu copo cheio. Acordei num suspiro pesado, ainda que mais leve que nunca, de olhos arregalados, cobertores brancos, com cheiro de você. Acordei caindo da cama e não cheguei ao chão.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

R.

O peso de Setembro não me deixava dormir, talvez porque as luzes piscavam rápido demais, talvez porque teus olhos estivessem gravados atrás dos meus e incendiassem minha cabeça, tentando tirar de mim todos os nós. Setembro me manteve acordada pois trazia consigo o eco do teu coração frágil, que ia comigo pra todo lugar, me abraçando forte, me protegendo sempre, torturando muito... Setembro me fez querer desaparecer, só pra poder aparecer em outro lugar, pegando de ti teu travesseiro, teu cobertor, teu coração. Setembro me levou pra longe, fez de mim pequena. 2 de Outubro... ainda parece Setembro.