quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




Engraçado como é fácil manter a mente vazia enquanto se finge um sorriso, como é complicado levantar da cama de manhã, como é desconfortável um abraço falso, como é triste não saber da verdade, como é constrangedor abrir o peito... Engraçado meio distorcido, engraçado meio sádico, ainda mais pra quem não sabe mais como respirar na ácida atmosfera que lhe sangra a pele. Engraçado é como nada vira tudo quando se tem o coração selvagem, quando se contenta com detalhes, quando se dispõe a ficar ali, e ali está, em silêncio. És silêncio. Engraçado quando tudo aquilo que transpassa a dor te levanta o queixo... o queixo de quem não quer saber de nada, de quem se faz de nada e de quem é nada. Engraçado como tudo aquilo que te solta o nó no peito ainda quer ficar por perto, como uma maldição que voa pelo seu ombro, amaldiçoa tua tristeza, e então não é mais tão constrangedor abrir o peito quando tens o peito tão transparente. Bonito. Engraçado.
Bonito não é precisar de alguém, bonito é querer quem pega tua dor pra si.
Engraçado é só saber rir com um sorriso sem graça.